ESCOLA SECUNDÁRIA DE LEAL DA CÂMARA
Do projeto Newton gostava de ler
As lâmpadas de gelo
Casimiro é um rapaz que faz muitas perguntas, que duvida das coisas tal
como elas nos são apresentadas, criando mistério em redor de tudo. Casimiro
pergunta-se sobre os mais variados temas desde a família até à fisionomia do
nosso corpo, passando pela razão pela qual recebeu o seu nome ou porque é que
Camila não quer namorar com ele. Desta forma, este rapaz desafia e questiona as
leis fundamentais da física e as convenções sociais que lhe vão sendo impostas
à medida que cresce. Esta personagem dá conta de todas estas dúvidas
existências, estando a sua forma de pensar repleta de criatividade e espírito
crítico - características muito importantes no trabalho de um cientista. É por
isso que esta obra - Os mistérios de
Casimiro - é uma boa ponte entre a literatura e a ciência. E o que são a
literatura e a ciência senão o pensamento e a imaginação em movimento?
Este projeto – Newton gostava de ler - em que se conjugam
os livros com a ciência, parte da leitura de excertos de uma obra e culmina na
realização de uma experiência de base científica. Desta vez, através do
Casimiro e da sua dissertação acerca de uma avaria de um candeeiro, partiu-se
para uma experiência relacionada com os fenómenos óticos. A atividade
consistia na elaboração de um candeeiro de gelo. Que coisa tão estranha, um
candeeiro de gelo?! Pois bem, é possível e ficou comprovado que o era através
da experimentação e dos sentidos. Este candeeiro baseia o seu efeito luminoso
em vários fenómenos óticos que ocorrem quando a luz atravessa sucessivas camadas
de gelo e ar – refrações e reflexões ocorrem no interior de um globo de gelo
que, conforme a cor do led nele introduzido, erradia luz colorida em seu redor
de uma forma especial! Como bons cientistas, demonstraram-se também, em
separado, as várias alterações que um feixe de luz sofre quando as ondas mudam de
meio de propagação e, consequentemente, de velocidade de propagação -
justificações para os efeitos óticos, como por exemplo, uma palhinha dentro de
um copo que parece estar partida na linha de separação entre a atmosfera e a
água do copo.
Casimiro, no final do livro, após tantas questões acerca
deste mundo e do Universo, acaba por colocar a hipótese de que, já que não se
percebe nada, talvez o único mistério seja não haver mistério nenhum. A ciência
tem vindo, e continua ainda, a explicar e desvendar alguns mistérios da
natureza que têm intrigado a Humanidade ao longo dos tempos. Talvez não
encontre resposta para todos os mistérios sozinha e por si própria apenas, mas
para a completar temos a literatura, pois, afinal, Newton também gostava de
ler!
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