domingo, 21 de abril de 2013

"A arte de calcular" na BE da DDJ


A 5ª sessão do Projeto Newton realizou-se, como é prática habitual, na BE. O espaço estava decorado a preceito com as pinturas dos animais referidos no livro, expostas no “estendal”, pintados pela habilidosa AO Graça Moreira. A criação do ambiente propício à apresentação do livro “200 Amigos (ou mais) para 1 vaca”, de Alessia Garilli e Miguel Tanco foi ainda valorizado com a exibição de vários vegetais, vindos diretamente da terra (com raízes e tudo!) e de um painel relativo à temática abordada.
A sessão iniciou com a leitura expressiva do livro (efetuada pela profª bibliotecária) que conta a história da vaca Carmen que vivia sozinha numa quinta e que graças ao plano do filho dos donos da quinta conseguiu arranjar muitos amigos. Muitas foram as contas de multiplicar e de dividir ao longo da história, que captou a atenção dos alunos e provocou risos proporcionando boa disposição.
Estava dado o mote, para a parte prática “A arte de calcular”, dinamizada pelas monitoras do Centro de Ciência Viva de Sintra, em que os alunos divididos em cinco grupos tiveram que resolver os enigmas: “A Herança dos Camelos”; “Oito Pães e Oito Moedas”; “As 3 irmãs e as 90 Maçãs”; “Os Vasos de Vinho e os Três Sócios” e “O Quadrado Mágico”.
A cada grupo foi atribuído um dos enigmas, que foram discutidos e resolvidos e, em seguida, trocados com outro grupo. A atividade experimental gerou entusiasmo e cada grupo tentou resolver o enigma de forma mais célere, para “ganhar” pontos e mostrar as suas aptidões a nível de cálculo mental.
Foi com enorme prazer que vimos os alunos motivados e entusiasmados embarcando na “arte de calcular”! 
Profª bibliotecária
Lígia Freitas

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Senhor Henri

ESCOLASECUNDÁRIA DE LEAL DA CÂMARA
 
 





A leitura desta obra insere-se no contexto da realização do Módulo IV - Nanomundo, do projeto Newton Gostava de Ler que teve lugar na biblioteca a 12 de março pelas 10 horas.
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“Porque é fácil de ver: não são as coisas que são temporárias, são os investigadores que são temporários.
Newton morreu, como é sabido, mas as coisas que ele viu não. (E às coisas que ele viu, às suas transformações, os vivos chamam agora outros nomes.)"
                    
Gonçalo M. Tavares, Enciclopédia 1-2-3. Relógio D’Água. 2012
           

                A partir da leitura deste fragmento, poder-se-á inferir que o conhecimento é fruto da interação do Sujeito sobre o Objeto, numa tentativa de o compreender e explicar. Esta atitude de questionamento da realidade por parte dos investigadores reflete uma maneira científica de pensar, que visa alcançar a ilusão da Verdade, acrescentando, desenvolvendo, fazendo avançar o conhecimento na procura do Novo.

                Deste modo, a ciência progride com a lucidez de que faz parte intrínseca da natureza do próprio conhecimento questionar a ordem das coisas e, por isso, o cientista procura permanentemente novas explicações, para responder aos novos desafios resultantes do progresso da ciência. O conhecimento gera mudanças, transformações que exigem criatividade e imaginação para fazer pensar em novas hipóteses, que vão dar origem a novas teorias científicas e a novos instrumentos necessários à apropriação dessa nova realidade.

Podemos, então, afirmar que o desejo de conhecer e de explicar a realidade serve-se da linguagem para fazer avançar a ciência, usando-a para alcançar a Verdade. Ao contrário do que se poderia supor, a objetividade e o rigor exigidos pelo método científico pressupõem outras características que se pensa serem exclusivas do mundo da cultura e das artes, como a literatura. As fronteiras entre a ciência e a literatura parecem esbater-se, uma vez que ambas recorrem à criatividade para gerar ideias novas e criar algo novo.

O Senhor Henri de Gonçalo M. Tavares é o exemplo de, como através da linguagem (literatura), é possível abordar temas da ciência.

Neste livro, o segundo da coleção «O Bairro», o leitor é confrontado com a ideia da temporalidade do saber, em busca do verdadeiro conhecimento, guiado pelo Senhor Henri, o protagonista, que se autocaracteriza como sendo «muito cerebral», muito bem informado, detentor de um vasto conhecimento enciclopédico, que partilha com todos os que o querem ouvir no estabelecimento onde passa a maior parte do tempo.

Ao longo da leitura, através das várias reflexões e associações que a personagem vai estabelecendo, é sugerida uma maneira científica de pensar, usada pelo Senhor Henri para questionar a essência das coisas e valorizar a dúvida na procura de explicações suscetíveis de fazer avançar o conhecimento através da exploração de novos factos.

                Considerando que a aquisição do conhecimento dá que pensar, este personagem defende, assim, a existência de «um sistema geral do pensamento» - o absinto, a sua «teoria do mundo» – o qual, a partir da vasta informação enciclopédica de que dispõe, o leva a subverter os padrões instituídos e a criar uma «realidade melhor», com novos conceitos - bolsos de calças que estejam preparados para levar líquidos, por exemplo.

O absinto está para o Senhor Henri como a imaginação (a criatividade), o pensamento (a razão) estão para o cientista: representa o estímulo, o incentivo que põe em causa toda a erudição, o saber pré-concebido para estabelecer novas conexões, criar novas teorias: «as pessoas que têm azar não deixam de ter sorte” ou ainda “nos dias que correm aprende-se por todos os lados do corpo

Em síntese, podemos considerar que no livro O Senhor Henri literatura e ciência confluem, esbatendo-se a antinomia objetividade científica versus criação subjetiva, pois ambas valorizam a criatividade como atitude que conduz à (des) ocultação do real:

"Muito deve a literatura
ao absinto,
Em qualidade, muito mais
Que ao tinto..."

                          Alexandre O´Neill

professora Teresa Lucas



Publicado aqui.

sábado, 13 de abril de 2013

"Criar dunas" - Formação Módulo VI

No dia 8 deAbril realizou-se a 6ª sessão de formação do projeto, desta vez com a Geologia como pano de fundo. "Criar dunas", é o título deste módulo e as obras que lhe servem de suporte são o delicioso "Diógenes" de Pablo Albo, com ilustração de Pablo Auladell e "Pensageiro frequente", geniais contos e crónicas de Mia Couto. 
Com ambientes cuidadosamente criados, a Marta proporcionou a todos mais uma experiência inesquecível. Dizia ela: "Se acharem que já chega, digam-me e eu paro." Quem poderia achar semelhante coisa?
Depois seguiu-se a parte científica da sessão. Com modelos de dunas construídos dentro de uma caixa, alguns participantes desempenharam o papel de vento e outros construiram dunas primárias e secundárias. Pudemos observar vários tipos de areia, perceber como se formam as dunas, o que as ameaça e mesmo que cada duna tem um som próprio!
Finalmente cada um tomou conta do seu saquinho de areia, para cumprir o desafio lançado pela Marta: devolver a areia à nossa duna favorita.
Finalmente, cada um partiu com o seu maxi-kit e já a fazer planos para as sessões nas escolas.
E o Newton aproxima-se do final... Já só falta uma sessão. O tempo tem este defeito: passa depressa demais! 


   





"Nanomundo" na ES Matias Aires